domingo, 28 de agosto de 2011

Não crie razões para o que você faz.


   Não tente ser coerente o tempo todo. Não tente esconder que, às vezes, você é só mais um louco. Chorando por razão nenhuma. Brigando com o mundo por existir, mesmo morrendo de medo da morte. Não finja que há uma boa teoria filosófica para o que é, na realidade,  só você perdendo o controle.
  Você tenta se explicar para mim. Ei, quem sou eu para exigir algo de você? Se você não ligou aquela noite pedindo desculpa, ou não falou para mim o que te incomodava, ei, eu não ligo.
  Porque aconteceu. E doeu. Em mim. E o porquê, e se isso incomoda você, e se você se machucou também, se você só o fez para o meu bem,  não importa.
  Porque tudo isso é só um prolongamento de algo que, no momento, eu só quero ESQUECER.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Analogias Entreabertas





Talvez eu seja mais como um rascunho interminado.
Sempre apagado.
Sempre refeito.
Sempre em busca do perfeito.
Sempre, nessa busca, tentando corrigir os erros.
E sempre cometendo outros erros.
Talvez, nessa vida, eu seja sempre como uma escada.
Que não se sabe se desce.
Não se sabe se sobe.
Só se sabe de nada.
Talvez, eu seja como o sempre.
Infinito nas mortes cotidianas.
Rarefeito nas relações duradouras.
E talvez, concerteza, seja eu como um poema.
Sem sentido ao certo.
Tão longe, mas tão perto.

E talvez eu só seja.

Maria Luiza Girão Ferreira