sábado, 28 de julho de 2012

Meio assim, sabe.


   Ela o abraça para disfarçar a lágrima que está por cair. Anda meio perdida dentro de si, meio não tão bem. Meio brigando por tudo, meio só desejando que tudo se resolva, e fique bem. Os dias não têm sido muito bons. A vida, na verdade, não tem sido tão boa. Aperta o ombro do garoto, desejando que ele entenda todas as palavras entaladas em sua garganta.Que a força do seu aperto traduza tudo que está sentindo.
  Ele... retribui o abraço. Meio desajeitado, meio pensativo também. Anda meio perdido idem. Dentro de si, dentro dos planos não cumpridos, dos dias arrastados. Não entende a confusão da cabeça dela, tem a cabeça mais confusa ainda. Quer fazer com que tudo esteja certo, tudo certo para sua linda. Não sabe o que sente, nem como expressar. Só sabe que gosta dela, só sabe que perto dela, é onde quer estar.
  Amor na vida real não é tão conto de fadas. Machuca, confunde, final feliz às vezes não existe. Às vezes, simplesmente é triste. Mas a gente acaba tentando, escolhe por ir se arriscando. A gente, às vezes, confunde amor com joguinhos impostos pela sociedade. Confunde o que deseja que seja, com o que é de verdade. Às vezes, não tem jeito, vem aquela dor no peito e a sensação de não poder fazer nada. Às vezes, tudo que um garota romântica precisa é de um  indiferente, e um garoto indiferente precisa de uma garota carente. É, sempre, só questão de ser complementada. 
   

                                  E agente anda assim, meio perdido em si mesmo. 
                                         Meio assim, um perdido dentro do outro. 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Vida de escritor

   
   Ela se prepara para dormir. Já tomou banho, escovou os dentes, pôs o pijama. Deita na cama que tem lençóis floridos, e fecha os olhos. Mas não consegue dormir de imediato. Ela nunca consegue. Seus pensamentos, então, vão criando asas e voando cada vez mais alto. 
  Começa a imaginar mundos e personagens, e uma trama emocionante. E o sono chega, sem que ela perceba. Contudo, mesmo arrebatada com a sonolência, ela se levanta, vai em direção à sua mesa, pega um caderno e uma caneta, e traduz toda essa linguagem própria da sua imaginação. Se fosse dormir, tudo não passaria de um sonho, e no dia seguinte ela teria esquecido de tudo. 
   No dia seguinte, ela acorda cansada. O corpo pede que reponha a noite que passou em claro. Mas ela não se arrepende. Mas uma vez, deu corpo e alma para aquilo que ama. Fecundou uma ideia, e deu luz a um novo trabalho.
 


 É, vida de escritor não é fácil. Engravidar de ideologias, e parir ideias constantemente. Perder noites alimentando sua cria(ção), dar a ela corpo e coração. Amor de mãe, esse amor de escritor.
Feliz dia do escritor, para quem é um e
Para quem ama algum.