domingo, 6 de dezembro de 2015

Marina



Marina, mulher menina. Abandona o laço rosa e a sapatilha de bailarina. O sonhar acordada, os versos no diário. O ser estabanada, idealista, romântica incurável, a bênção do irreal mundo rosa claro.  

Marina, transitória. Mede as palavras, os passos, cuida de si. Guarda a memória do tempo que foi embora, enquanto ela ficou por aqui. Inconfortável na própria pele e na eterna necessidade de carinho, buscando as asas que se perderam no caminho.

Vivendo preto, branco e tons de cinza. Problemas de verdade, mundo de adulto. Repleto de maldade e gente ranzinza. Quem quer para si, isso tudo? Não somos todos, no fundo, um pouco Marina?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Dia 14 de um mês qualquer


O mundo roda em direção ao caos
Mas, meu bem, não façamos alarde
Você deixa eu ser
quem te leva para casa no fim da tarde?

Já quis tanto te dizer
coisas que não pude pôr em melodia
Meu bem, diz se eu posso
Acordar do teu lado ao raiar do dia?

Tantas pessoas por aí
procurando seu caminho ao sol
Deixa, meu bem, apenas
eu caminhar ao rumo do seu lençol

Em um domingo de manhã
No dia 14 de um mês qualquer
Sem tanta certeza de que é
Você que me mantém sã.

(Certeza essa que esmorece
Quando me olhas, e sei que também
És quem me enlouquece.) 



Em um mundo onde nada é certeza, certamente espero que você fique.
Em uma vida de medo, corajosamente peço por esperança.
Em amenidade de sentimentos, desejo que se intensifique
a realidade disso que tenho que me convencer constantemente que não é sonho

E suponho
Que decerto, em algum momento, irei acordar
dessa vibe de temperança
que você na minha vida houve de transformar

Em maré calma por fora
Em turbulenta tempestade por dentro
Só peço que agora
Me permita estar com você, pois é
em um domingo friento
debaixo das cobertas, tomando um café

Me saciando da incoerência
que é a existência por amar
Pedindo carinhosamente com insistência
Se em seu coração, podes me adotar.

(Em um mundo onde nada é certeza, certamente espero que você fique.)

Mallú Ferreira

domingo, 30 de novembro de 2014

Sobre palavras repetidas e amar pela metade

     
        
        Em um mundo um silêncio profundo, medos que não calam-se, falam-se em alto e baixo som. O que há, meu Deus, nesse mundo, de bom? Caminhos errados, pés atropelados de ilusões, mentes esgotadas, quebrados corações.
       Que fazer quando se mora com o inimigo, quando não há abrigo, que há de ser? De amigos que o fingem ser, que mentem e magoam, de leis anti-Deus anti-amor anti-valores? Que haja o respeito, Ele disse, que haja o amor. E desobedeces como criança mal criada, mal amada, que cultiva o rancor. Deixa ser que o desconhecido é porta para aventura, e que diferente é questão de ponto de vista. E vida é questão de conquista.
      Que fazer? Quando não se ama por completo, quando se respeita pela metade. Que haja a vida, que haja a diversidade, que haja o se doar de amor ser repleto. Consciência seletiva não existe, ideologia ergue bandeira em riste, é orgulho de amar e ser e admitir. 
       Irás notar, sem hesitação, que viver é só deixar-se ouvir o coração. Ouvirás, sem grande discurso, que respeito é só questão de deixar a vida seguir seu curso.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Sobre sonhos, contradições e tudo isso



Penso diferente, 
me dói ser contrariada
sou um tipo diferente
tipo de gente
que prefere não dizer nada

Gente que pensa muito,
sonha alto, 
um diferente
tipo de gente

De pouco jeito
meio imperfeito,
sou desse tipo,
de tipo nenhum.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Gotas de mim


       Pessoas associam liberdade a muitas coisas. Pessoas encontram a si mesmas em pinturas, em música, no silêncio... Acredito que não consegui me encontrar totalmente ainda. Ou à minha liberdade. Tem um pouco de mim em um livro, um pouco nos lugares que frequento, um muito nas memórias que construo... Vou pingando tinta de mim por onde passo. Ás vezes, deixa uma mancha feia, da qual não me orgulho. Mas outras vezes, ah... Dá um orgulho de dizer: eu estou de algum modo aqui. Acho que essa é a minha liberdade. Apenas viver cada aspecto da minha vida, e permitir que eles vivam em mim. Deixando rastros, passos na areia, pingos de mim.
 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013


    Eu sou diferente. Tenho prioridades diferentes, faço escolhas diferentes, tenho vontades e não-vontades diferentes. Talvez você pense que isso faz minha vida mais ou menos fácil que a dos outros. Pois é... Não faz. Talvez muitas vezes as pessoas não me entendam, mais e daí? Vivemos em um mundo que as pessoas mal entendem a si mesmas, quem dirá aos outros.